quinta-feira, julho 27, 2006

Experimentação

Hoje eu me lembrei do gosto de coisas das quais eu não sinto o gosto há muito tempo e das quais não consigo mais me lembrar o gosto agora. Experiência estranha... me veio um monte de sensações longinquas enquanto estava trabalhando.

Caminhei meio vulnerável pelo centro, com o corpo totalmente solto e o passo lento. Vi copos, talheres, panelas e várias utilidades domésticas sem o minimo de pressa ou ansiedade.
Caminhei. Esbarrei no policial e o dentista veio me oferecer aparelhos.

O arroz me rendeu um queimadinho na mão, mas também ficou bom com linguiça. Inovação.

Ouvi Once e acabei com Alive.

O acesso para mim foi aberto para o mundo e agora eu sou mais feliz.

Acabo de descobrir que serei convidada para posar na Playboy, mas já estarei rica o suficiente e nem vou ligar, sendo que só vou aceitar para posar sexy. Meu marido não vai gostar!
Acabo de redescobrir que não era assim a idéia.

O poder de sedução continua na ativa. (Huahuahuahuahuahuahauahuahuahauaha).

Seduzindo postes, galhos, telefones e muitos pacotes.

Mas posar para a Playboy ou para a Sexy vai contra meus principios ideológicos de que mulher não é objeto e de que a iniciação sexual masculina é torpe e descartável. Playboy acaba com o romantismo. Huahuahuahuahauahuahauahua!!

"I'm dancing with myself, ooooh ooooh oooh ow".

Hoje!

Ai que legal... eu tenho amigos, huahuahuahauhaua!!!

Me sinto mais amada a partir de agora, pois agora foi criado um meio de o amor chegar mais fácil até mim. Para você ver que tudo no mundo é uma questão de mecanismo... já diria Isaac Newton! (???)

Vanessa... hahahahahaha, cê viaja muito!! Ai ai, acho que esses seus comentários aqui no blog e fora daqui hão de me servir pra me lembrar de uma época tão feliz e inocente de que a gente fica planejando coisas mirabolantes que provavelmente nunca vão acontecer, mas que é tão gostoso imaginar... como quando a gente foi prestar concurso.... hahahahaha. A gente, uma em um milhão fazendo grandes planos!!! Isso me faz pensar em duas coisas: em tempos infantis que a gente idealiza tantas coisas e fica sonhando com dias que ainda vir e também me faz lembrar dos tempos frustrantes em que não se vive os sonhos imaginados e que na verdade tudo é muito diferente do que se idealizou. No momento estou mais para o segundo caso, do que para o primeiro, me sentindo como se devesse algo a alguém e tivesse decepcionado alguém. Alguém, que no entanto, não sou eu. E é por isso que essa sua imaginação fértil me faz bem! Obrigada!! Todas essas idéias podem não acontecer, mas ao menos em idéia elas foram muito prazerosas, hahahaha!!

Crescer é dificil. Acho que adolesci agora. Huahuahuahuahua... verdade. Olha só pros textos desses dias anteriores. Mais deprê de adolescente não pode!

É, é verdade! Inocência me faz bem! Um pouco de carinho e atenção podem ser realmente milagrosos para a minha pessoa e as vezes eu tento deixar de ser assim, e me tornar mais séria, rispida e dura... mas num tem jeito, parece que eu num consigo largar de ser a Tatinha, menina meiga de coração mole!

Tudo isso é muito pessoal? É, é sim!! Mas esponjas não conseguem reter conteúdo por muito tempo e afinal, esse blog serve muito mais para eu dizer as pessoas que eu amo, o quanto eu as amo, e o quanto sinto falta delas quando me esquecem, porque no final das contas, se eu escrevo bem, como tem gente que acredita que eu escrevo, é porque eu gosto de dizer o que eu sinto pelas pessoas que são importantes pra mim. E só elas mesmo pra identificar a verdade e beleza de textos tão pobres e imaturos.

Desculpem a inconstância, acredito que dentro de poucos dias estarei blasfemando o amor, a amizade e a alegria de viver para desfrutar da beleza de ser triste. Mas esponjas são assim mesmo.

"E hoje em dia, como é que se diz eu te amo? E hoje em dia, vamos fazer um filme!"

Comente você também!!!

VIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIVA!!!

Abriram as portas do inferno e os comentários passaram a ser livres!!!! VIIIIIIIIIIIIIVA!!! Pois então, se você sempre sonhou em comentar neste belo, culto e entusiasmante blog, mas nunca pôde, seu dia de alegria chegou!!! Passe a dizer tudo o que você pensa sobre esse monte de coisa estranha escrita aqui, agora mesmo, e contribua com a felicidade de uma pessoa solitária e vagueante em seus pensamentos. Faça, você também, um louco feliz!!!

Agradecimentos a Srta. Lyara, Espuma Enmascarada que trouxe a luz ao tempo de caos e trevas infinitos que assolavam essa página de internet.

terça-feira, julho 04, 2006

Anarquismo Deprimido

Lord Byron, onde está você?
Antes medroso, agora entediado. A beleza do roxo e de tudo que parece morbidamente eficaz me atrai.
Assim, de uma maneira qualquer, sem esperar que o dia comece ou acabe, no fundo se sente que há tanta vida que se vê passar. Que se vê passar.
Pareço enganar alguém! Pareço 'pretender', fingir, mas isso parece nem importar mais.
De uma descoberta instantânea, de um estalo qualquer no fundo de toda a memória, aquela menina largada em qualquer canto de alguma casa; aquela que podia se colocar em qualquer lugar, 'ali no cantinho', que não ia incomodar, hoje se incomoda, se debate e se deprime e desiste de lutar.
Qual é o louco que não se preocupa com o Ego? Qual é o anarquista que se preocupa com você? Na preservação dessa espécie já extinta, parece que ninguém vai pensar duas vezes antes de ceder. Seder.
As vozes do Ego sou o Eu, as vozes do Eu são o Eco. Minha companhia inseparável, que há de me confirmar sempre que surgir a dúvida covarde.
Cruel constatação de minha juventude. Agora cara-de-pau, sozinha, poeta de 5ª, e talvez dos sábados, bêbada aos domingos, proletária às segundas, esquecida às terças e que a semana acabe por aí, pois não há mais nada a se fazer.
Sorrisos irônicos me escondem e uma alegria irradiante de ser cruel, incuravelmente insana, malignamente infantil, temporariamente fora de área. Não me chame, não estou. Não estou pra você, não estou pra você.
Agora o tempo passa, as horas caminham... amanhã é quarta, mas o que eu faço se foi roubada do meu calendário? Alguém há de devolver os meus dias? Alguém há de devolver os meus instintos mais primitivos e carniceiros? Alguém há de, por favor, devolver a minha juventude?
O tempo passa, e em algum tempo essa experiência, existência única e inigualável no universo, que ainda chamo Eu, há de se esvair. Obrigada. Obrigada por ter comparecido e deliciado ao enterro de minha última quimera.
Solidão. Pantera.