terça-feira, outubro 31, 2006

Escarlate

"Eu não quero ver você fumando ópio para sarar a dor,
não quero beber o teu café pequeno, não quero medir a altura do tombo e passar agosto esperando setembro, se bem me lembro. O melhor futuro este hoje escuro, o maior desejo da boca é o beijo. Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos, quero a Guanabára, quero o Nilo, quero tudo ter estrela flor estilo, tua língua em meu mamilo água e sal. Nada tenho vez em quando tudo. Tudo quero mais ou menos quanto. Vida vida noves fora zero. Quero viver quero ouvir quero ver. (Se é assim que quero sim acho que vim pra te ver)".
(Bandeira - Zeca Baleiro)
Queria entender essa sensação que começa assim, escorre pela pernas, sobe pêlo corpo, queima em chama limpa, pára num sufoco do peito e minha boca que não cessa de querer o seu maior desejo. O sufoco ainda na boca, as mãos que acompanham o ritmo sem saber aonde tocam, pois o que tocam falta e a mente não vê a imagem daquilo que sinto, que toco e mantêm esse desejo desconhecido, sufocado e exaurido.
Não quero ver você fumando ópio para apagar a dor. Eu quero a dor. Quero dedos vermelhos rancorosos de tato puxando o que não podem ter. Quero o desejo da boca que engole com total satisfação o sufoco preso no peito, objeto sem arte, sem cor. Quero a cor escarlate enebriando meus passos, meus braços e a palidez da incerteza.
Me magoe com a pior verdade, mas não me iluda com a pior mentira. Sou meu pior inimigo. Meu pior inimigo é meu melhor mestre. Não aprendi muito comigo, matei alguns velhos conhecidos, reencontrei velhos vícios e gosto da tua presença.
Quero teus sentidos, perdi minha lucidez. Ando caminhando sem rumo sentada esperando o trem. Verdades de meia boca. Palavras de meia verdade. Indefinida a posição que explica a ginástica da minha solidão cabidal.
Quero dor, quero prazer. Quero intensidade presa em minha barriga esperando o fogo dos artifícios para que assim possam saltar no espaço. Quero dor, quero prazer. Continuo desejando aqueles dedos rancorosos e vermelhos que puxam o que na mais alta ira desejam ter. Quero o animal inferior que urra no bosques. Quero sussurros, grunhidos, gemidos e gritos. Quero todo ecstase colateral de uma respiração. Tudo o que fica contido e que na inadivertidamente escorre pelas minhas pernas.
Eu quero o esgoto ali de baixo. Vamos lamber Arnaldo Antunes e escarrar na boca de Augusto dos Anjos, porque tudo isso é prazer. Vamos ser obscenos com Deus. Eu não gosto do equilíbrio. Eu quero caos. Causas de minha vida, nem sempre nobres, às vezes plebéias, poucas vezes judias, todas hereges.
Quero tua presença. Solidão me tortura. Por favor, estanca esse desejo, antes que o fluído da vida se esvaia na boca de um Vencido.
A boca maldita, flores do mal. Escarlate total.

sábado, outubro 28, 2006

Solicitada

Calma ae pessoal, eu sei que faz tempo que eu não posto nada, mas sabe né, é que é difícil. Dá muito trabalho ficar escrevendo aqui e gasta muito tempo.
Já faz tempo que eu to querendo escrever um monte de coisa, mas dá uma preguiiiiiiiça! Então, eu estou apenas dizendo toda essa ladainha para ter algo de novo.
Beijos para vocês.

domingo, outubro 01, 2006

La Forzza della Vita

Anche quando ci buttiamo via
Per rabbia o per vigliacheria
Per un amore inconsolabile
Anche quando in casa è il posto più
Invisibile
E piangi e non lo sai che cosa vuoi
Credi c'è una forza in noi amore mio
È più forte di una morte incomprensibile
E di questa nostalgia che non ci lascia mai
Quando toccherai il fondo con le dita
A um tratto sentirai la forza della vita
Che ti transcinerà con se
Amore non lo sai
Vedrai una via d'uscita c'è
Anche quando mangi per dolore
Come in rumore insopportabile
E non vuoi più alzarti
E il mondo è irraggiungibile
E anche quando la speranza
Oramai non ti basterà
C'è una volontà che questa morte sfida
È la nostra dignità la forza della vita
Che non si chiede mai cos'è eternità
Anche se c'è chi la offende
O chi le vende l'aldilà
Quando sentirai che aferra le tue dita
La riconoscerai la forza della vita
Che ti transcinerá con se
Non lasciarti andare mai
Non lasciarti senza te
Anche dentro alle prigioni
Della nostra ipocrisia
Anche in fondo agli ospedali
Nella nuova malattia
C'è una forza che ti guarda
E che riconoscerai
È la forza più testarda che c'è in noi
Che sogna e non si arrende mai
È la volontà
Più fragile e infinita
La nostra dignità
Amore mio è la forza della vita0
Che non si chiede mai
Cos'è l'eternitá
Ma che totta tutti i giorni riconoscerai
Quando sentirai
La forra è dentro noi
Amore mio prima o poi la sentirai
La forza della vita
Che ti transcinerà con se
Che sussura intenerita:
"Guarda ancora quanta vita c'è!"
(La Forza della Vita - P.Vallesi e Dati)

A Força da Vida

mesmo quando nos mandamos embora
por raiva ou por covardia
por um amor inconsolável
mesmo quando em casa é o pior lugar pra se viver
e você chora e não sabe o que quer
acredite, há uma força dentro de nós, meu amor
mais forte do que um relâmpago
do que este mundo louco e inútil
é mais forte do que uma morte incompreensível
e do que esta saudade que nunca nos abandona

quando você tocar o fundo com os dedos
de repente sentirá a força da vida
que o trará consig
oamor, você não sabe
você verá que há uma saída

mesmo quando você come com dor
e no silêncio sente o coração
como um barulho insuportável
e não quer se levantar
e o mundo está inatingível
e mesmo quando a esperança
já não for suficiente

há uma vontade que esta morte desafia
é a nossa dignidade, a força da vida
que não se perguta nunca o que é a eternidade
ainda que haja quem a ofenda
ou quem lhe venda o além.

quando você sentir que a segura entre seus dedos
você a reconhecerá, a força da vida
que o trará consigo
não se deixe partir jamais
não me deixe sem você

mesmo dentro das prisões
da nossa hipocrisia
mesmo no fundo dos hospitais
na nova doença
há uma força que cuida de você
e que você reconhecerá
é a força mais teimosa que há em nós
que sonha e nunca se rende

é a vontade
mais frágil e infinitaa nossa dignidade
a força da vidameu amor, é a força da vida
que não se pergunta nuncao que é a eternidade
mas que luta todo dia do nosso lado
enquanto não terminar

quando você sentir
que a segura entre seus dedos
você a reconhecerá
a força da vida

a força está dentro de nós
meu amor, cedo ou tarde, você a sentirá
a força da vida
que o trará consigo
que sussurra suavemente:
"veja quanta vida ainda há!"

(Renato Russo - Equilibrio Distante)


Sing a song. Keep on longing the classes, let's parlare italiane!
Eu gosto dessa música e gosto da letra e não teria a menor graça colocar a tradução sem a letra original. Back to the 14's e a minha agenda flower power repleta de música e lembranças.
À juventude, à vida e a um pouco de esperança.
C'est la vie mon amour.
Hey.
Quem viver verá, quem entender entenderá.