Das realizações
Me realizo nas fantasias, no impalpável, nas minhas divagações. Me realizo naquilo que não faço, não toco, não executo. Meu sangue virou sonho, quase etéreo. Me realizo e me dou por satisfeita em imaginar, será que já não era o bastante?
Me realizo naquilo que sei que me falta e que sei que preciso fazer, que preciso consertar, que preciso ver. Saber já não era suficiente?
Me realizo nos meus sonhos, porque eles se realizam. Culpa do destino que resolveu me agraciar com as coisas que desejava, agora era de se esperar que eu acreditasse que só era preciso desejar pra acontecer. Dream, girl! Dream until your dreams come true! E ainda hei de me apegar a máxima "Deus me deu tudo o que eu queria". No final, há de ser foda, não é mesmo?! Esqueçamos a possibilidade de tragédia do filme do Almodóvar.
Em vermelho, acho que me falta paixão. Os pensamento estão ociosos, os sentimentos intensos e equivocados, os dias monótonos, os planos interrompidos e os textos curtos.
Meu sangue é sonho! E como havia de ser contraditório, o materialismo dialético virou idealismo e eu acho absolutamente plausível.