quinta-feira, outubro 23, 2008

Los Hermanos no Cine Íris - Adeus Você

é isso e só

quarta-feira, outubro 22, 2008

O mar não ensina, insinua

A existência humana é ridícula.

Quem sabe do que depende? Nunca se sabe. Nunca se sabe até que horas os relógios funcionarão... se é que eles virão. Sem dúvida nenhuma, a dúvida é um fato.


Mas e aí, como é que está a vida? Nada fácil, cara. Euforia e depressão.

Numa conversa com meu semelhante, com uma amiga, uma colega de profissão, uma pessoa que dividiu comigo as mesmas alegrias e agruras da graduação na Psicologia 2008 da UFMS, Sophia me pergunta:
- E aí, como está a vida? Está tudo bem?
- Ham... bla bla... Por que?
- Porque você parece triste.

.

Sim, sim, eu estou triste. Estou triste por não conseguir mudar de casa, por ter um irmão indiferente à minha existência, aos meus sentimentos e com quem eu não sei me relacionar, apesar de sempre ter desejado estar perto dele, por estar trabalhando e ter planos de estruturar melhor meu trabalho ano que vem, mas querer me mudar no ano seguinte para outra cidade, por não saber o que vai mudar em 5 meses. Por estar cansada de gente ignorante, de gente mesquinha, de gente egoísta, de gente estúpida, de gente falsa que merecia um soco bem no meio da fuça até voarem todos os dentes da boca, to cansada de falta de solução, de falta de atitude, de ficar suspensa esperando. A vida, o plano, é realmente algo difícil de se lidar. Nunca dá pra saber o que será, nunca se sabe, nunca dá pra saber quem é que nos quer de verdade. E eu tenho pensado seriamente em largar tudo e voltar ao meu velho plano de ir pra Bolívia. Estou triste, sim, triste pra caralho se quer saber e ao falar para a Sophia sobre o que está acontecendo e o que tem acontecido, me domina a depressão. Enquanto conto e penso em tudo isso, entro em mais uma crise existencial e acho uma resposta ainda não achada. Sophia, que ironia! Minha amiga com nome de Sabedoria me colocou em depressão. Enquanto penso em tudo o que me ocorre, toca Mapas do Acaso no meu LSD Soundsystem.

Sorte ou acaso? Quem sabe do que depende?

Além disso, no mesmo momento do início da crise existencial, eu lia um pequeno artigo sobre o 'Holocausto na África'. Eu havia dado uma aula sobre o continente africano hoje e como fiquei muito interessada no tema, na complexidade geográfica e na História, resolvi pesquisar mais a respeito, pra antes que o sono viesse me levar pra outro dia. No pequeno texto, havia a seguinte parte:

"O G-8, o grupo do sete países mais ricos do mundo, mais a Rússia, resolveram ajudar.

Serão nos próximos anos US$ 30 bilhões a caráter de ajuda para os mais pobres da África. Há algum tempo parte da divida externa do continente foi abatida. Talvez não seja essa a solução. Mas o fato é que se não houver ajuda externa, a população africana corre o risco de desaparecer".

Reza a lenda que agente nasceu pra ser feliz
Que o crime não compensa
E tudo conspira a favor

http://www.brasilescola.com/geografia/holocausto-africano.htm

E quem é que vai administrar esse dinheiro? De fato, a África mais do que necessita, tem como direito a prestação de contas de todo o continente Europeu, Americano, Asiático e de quem mais que é que a tenha explorado.
As nações ricas mandam seus bilhões em dinheiro e milhares de voluntários que se dispõem a sair do conforto de seus lares para ajudar as populações africanas. O que me fez lembrar de um filme em que uma jovem francesa, apaixonada por um jovem americano, é uma desses "voluntários" que vão para a África ou para os países pobres administrar o dinheiro das Nações Unidas e tentar achar uma solução logística e humana para os problemas. (Antes do Pôr do Sol)

E ainda acham absurdo o presidente boliviano enxotar as empresas brasileiras e multinacionais do país. Tem que expulsar mesmo!!!! Viver assim é que é absurdo. Um absurdo como outro qualquer. Como tentar o suicídio ou amar uma mulher. Como lutar pelo poder. LUTAR COMO PUDER!

Enquanto isso, ainda toca Mapas do Acaso no meu LSD. (A velocidade do pensamento é incrível, mas pra escrever esses texto eu levei horas).

Não perca a razão, ela já não é sua.

E eu que até conseguia achar esse tipo de atitude voluntária aprovável, por mais que por vezes duvidosa, achei tudo pífio. Não passa de mais uma pecinha no mecanismo todo. A África é absurdamente, bizarramente (não há exagero algum nessas expressões) explorada pelas nações ricas e eles mandam dinheiro e os filhinhos de sua nação pra tentar consertar algo que não pretendem mudar. Toda essa situação é confortável para o resto do mundo, só não pode continuar de maneira exagerada como tem sido. E aquele garoto que queria mudar o mundo, não passa de um reformista. Não há razão ou lógica nas nossas decisões, elas já não são nossas, não passa de um "seguir em frente" com todo o resto.



E o que nos devem, queremos em dobro, queremos agora.
Se te disseram pra não virar a mesa, se te disseram que o ataque é a pior defesa, ouça o que eu digo, não ouça ninguém.

TCHAU, RADAR! EU VOU SALTAR! Muitas flores no caminho e uma pedra em cada mão.

Não quero soluções pequenas, só quero soluções drásticas. Eu quero revolução, não quero ajudar ninguém. Apenas as soluções drásticas podem ser soluções nesse caso.

E ao me lembrar do filme Antes do Pôr do Sol e da personagem Celine - com a qual eu me identifico muito - ao pensar no problema da minha vida e no problema da África, eu me lembrei de como Celine tinha problemas em se relacionar com pessoas, com homens. Ela os amava, queria ser feliz em uma vida comum e familiar, com marido e filhos, mas qdo se aproximava demais dos companheiros, sentia nojo deles. Era um conflito. Celine vivia viajando e namorava um cara que vivia na mesma condição. É isso! Ao falhar em ter uma vida comum, ao ter uma vida familiar, dentro de uma instituição social, ela fugia, vivia solitária com companheiros. Vivia viajando pelo mundo ajudando pessoas, pq não conseguia manter um relacionamento que a suprisse. Não conseguia se casar com nenhum cara, que após terminar com ela se casava logo com a primeira que lhe aparecesse e ligava para ela agradecendo por td oq ela havia lhe ensinado. Celine era sensacional, mas frustrada por não conseguir fazer uma coisa que ela gostava e admirava, amar alguém. E o que a gnt pode fazer qdo não tem alguém pra amar? Viaja. Foge. Fica procurando o que nunca vai achar enqto ajuda os outros.

Tô em lugar nenhum
???onde???
Onde qualquer um se esconde
Pra fazer a frase feita
Contrabando de uma seita oriental
Não tenho estado muito em casa ultimamente
Nem me lembro quanto tempo faz
Aprendi a não olhar pra trás

Na solidão das noites sem graça
Nos quartos de hotel
?como se chama essa cidade?
?como se chama atenção?

Pensando bobagens, bebendo besteiras
Sem companhia, sem companheira
Nos quartos de hotel
A cada cena as paredes mudam de cor
No quarto quase escuro
(espelho retrovisor futuro)

Siga apenas a lei da infinita highway.

Constituir família, se reproduzir, amar um homem, amar uma mulher... pra que? Ajuda o mundo, fugir pra Bolívia, pra África... pra quê?

Nada faz sentido. Foi o que o meu semelhante chamado Sophia me disse. A experiência dela tb é essa.

A existência humana é ridícula. Não quero me sentar num trono de apartamento com a boca escanrada cheia de dentes esperando.Eu não quero mais isso. Tchau radar! Eu vou saltar! Muitas pedras no caminho e uma flor em cada mão.

Se eu pensasse em Skinner poderia dizer que a escolha é feita naquilo que compensa mais e não naquilo que faz mais sentido. Nada tem me compensado. Não. Mas eu sei que amanhã de manhã tudo passa. Eu sei que ao meio dia eu vou querer dizer não e me calar com a boca de feijão. Eu sei que vou me calar.

A existência humana é ridícula. Essa crise me faz achar que a verdade absoluta é o prazer. Que a verdade é a dor. O resto não passa de bobagem. E o amor, claro, o amor! Eu acredito no amor. E só!

A vida é complicada, irmão. Se você tentar achar sentido pras coisas, vai perder a razão e a noção. Só acho niilimo. Passei muito tempo da minha vida me preocupando demais, pensando demais e aí eu resolvi relaxar

Reza a lenda que a noite é uma criança
Envolta da fogueira a tribo dança

Pra descerebrar

E o que eu tenho para dizer sobre esses acasos que dominam a noite? É que o mar não ensina, insinua! E o que a gnt faz com as insinuações que a vida nos provoca? Pira, cara! PIRA!

TCHAU, RADAR! EU VOU SALTAR!

http://letras.terra.com.br/titas/48984/

http://letras.terra.com.br/raul-seixas/221829/

http://letras.terra.com.br/raul-seixas/48303/

http://www.youtube.com/watch?v=f7tZGoQhFuw

Delitos e delírios. Acho que esse é o texto mais comprido e cheio de informações que eu já escrevi. Não, eu não vou me matar.

TCHAU, RADAR! EU VOU SALTAR! NÃO QUERO MAIS METADES!




quarta-feira, outubro 15, 2008

Kid Abelha - Eu Tou Tentando

Eu to tentando, eu to tentando, eu tentando, eu to tentando, eu to tentando achar uma maneira de as coisas ficarem certas. Eu to tentando, tentando e tentando... será que uma hora eu consigo??? Cansei de ensaiar.

sábado, outubro 11, 2008

With birds i'll share

this lonely view

Quando eu tinha 12 anos e vi esse vídeo pela primeira vez, eu fiquei encantada, fiquei em extase. Eu não conhecia Red Hot Chili Peppers e esse foi o primeiro passo pra que eles se tornassem uma das que foram "a minha banda preferida".
Um tempo depois de eu ter conhecido a música, ela se tornou sucesso no Brasil inteiro, virou trilha do casal principal de Malhação, todos adoravam-na e eu, no início de minha adolescência, entendendo que aquela era a música que sintetizava todo o meu Eu, pensava: "Não devia ter banalizado".
Scar Tissue era um título que dizia muito pra mim "scar tissue that i wish you saw", "há uma cicatriz que eu gostaria que você visse". Era isso, isso sintetizava todo o meu Eu. Haviam tantas dores e cicatrizes que apenas eu conhecia, que em nada eram evidentes, mas que eu queria evidenciar, gostaria de dizer "hey, olha aqui o que você fez, olha como eu estou", havia um sentimento de auto-altrísmo, auto-empatia. E de fato, no auge de meus 12 anos eu já era marcada por uma das 2 piores cicatrizes que tenho hoje.
Red Hot Chili Peppers é uma banda comercial, do mainstream, mas eu não entendia de nada disso, só entendia da sinceridade que sentia nas músicas e nos versos que ouvia.
Aquele quarteto de caras esfolados dentro de um carro velho, dirigindo pelo deserto em um entardecer também era uma síntese visual do que eu era. Foi uma revolução pra mim. A cabeleira loura descolorida de Anthonie Kieds - o vocalista - com um rosto lindo e pouco convencional, o corpo malhado, as tatuagens simétricas, aquele sexismo envolto há tantas cicatrizes e dores, as músicas animadas, as batidas, o sarcasmo, eram elementos que faziam com que eu me identificasse com a banda.
Dois anos depois de conhecer a música e a banda, eu fui ao show deles no Rock in Rio 3, que também foi uma história a parte. Me decepcionei. Não foi como eu queria e nem como eu esperava. Algumas entrevistas que eu assisti na época e depois me decepcionaram também, para uma garota politizada, RHCP era uma banda muito "just for fun". O albúm seguinte que eles lançaram também não me apeteceu e, sem deixar as cicatrizes de lado eu mudei de Scar Tissue para Alive do Pearl Jam.
Aos 14 anos eu conheci a banda e a música e de igual maneira fiquei encantada. Aos 14 eu deixava o lamento das cicatrizes de lado e pensava "I'm still alive. Do I deserve to be?". Aos 14 eu deixava a batida animada californiana para o som cru e verdadeiro do grunge. Deixava de lado o just for fun e assumia uma identidade de compaixão para com o mundo, tão presentes nas letras de Eddie Vedder, o vocalista de expressões faciais maravilhosas, sem descoloração no cabelo e sem tatuagens simétricas.
No dia de hoje, por algum motivo que somente meu inconsciente conhece, me veio à cabeça os versos "with birds i'll share this lonely view" de Scar Tissue. E então eu rememorei tudo. Há algo dos meus 12 anos nesse momento da minha vida, há algo de RCHP aqui, o que me levou a ter vontade de ler a biografia de Anthonie Kieds, uma vez que eu pouco sei sobre a história dele de fato, sobre a história de alguém com quem me identifiquei um dia. Senti novamente belos aquele cabelo oxigenado, as tatuagens simétricas que tanto diziam algo pra mim.
"With birds i'll share this lonely view" é um verso que me cai bem nesse momento da vida, afinal, a dor é realmente um momento solitário e como boa garota romântica, a dor sempre me foi algo belo. Com os pássaros dividirei essa solitária visão.