quarta-feira, julho 16, 2008

Simples de Coração fazendo Paralelas

Volta pra casa... me traz na bagagem: tua viagem sou eu
Novas paisagens, destino, passagem: tua tatuagem sou eu
Casa vazia, luzes acesas (só pra dar a impressão)

Cores e vozes, conversas animadas (é só a televisão)
Já perdemos muito tempo brincando de perfeição
Esquecemos o que somos: simples de coração

Volta voando (vinda do alto),derrete o chumbo do céu
Antes que eu saia pela tangente no giro do carrossel
Falta uma volta (ponteiros parados): tudo dança em torno de ti
Volta pra casa... fim da viagem: benvinda à vida real
Já perdemos muito tempo brincando de perfeição
Agora é bola pra frente, agora é bola no chão
Já brincamos muito tempo (até perder a direção)
Na santa paz de Deus
No mais perfeito caos

Dia desses parei pra prestar atenção nessa música qdo ouvi o verso "tua viagem sou eu" que seguia com "tua tatuagem sou eu", o que me lembrou imediatamente "teu infinito sou eu" de Paralelas do Belchior. Gosto de analogias e não só eu, mas como também o Humberto e o Belchior gostam. Minhas análises de músicas dos Engenheiros e do Belchior dá um emaranhado de analogias.
Será que o Humberto qdo escreveu Simples de Coração fazia relação com Paralelas do Belchior, considerando que ele é fã do mesmo? Se for parar pra pensar, Paralelas é umas música de separação em que parece ser trocado o amor romântico, pelo pragmatismo do dinheiro. Os amantes se pertecem, mas seguirão vidas paralelas, na mesma direção, porém separados. Simples de Coração é uma música de tentativa de volta, do tipo "volta, não vamos esquecer o que somos, simples de coração. Volta! Das viagens, tatuagens e coisas que você almeja, teu infinito sou eu". Será que é isso? Não sei, é só uma interpretação.

Alias, interpretações não me faltariam nesse momento. Seguem muitas pra cada verso, mas por enquanto vou deixar apenas a letra de Paralelas do Belchior, porque sou simples de coração, mas de cabeça, não.

Dentro do carro
Sobre o trevo
A cem por hora, ó meu amor
Só tens agora os carinhos do motor

E no escritório em que eu trabalho
e fico rico, quanto mais eu multiplico
Diminui o meu amor

Em cada luz de mercúrio
vejo a luz do teu olhar
Passas praças, viadutos
Nem te lembras de voltar, de voltar, de voltar

No Corcovado, quem abre os braços sou eu
Copacabana, esta semana, o mar sou eu
Como é perversa a juventude do meu coração
Que só entende o que é cruel, o que é paixão

E as paralelas dos pneus n'água das ruas
São duas estradas nuas
Em que foges do que é teu

No apartamento, oitavo andar
Abro a vidraça e grito, grito quando o carro passa
Teu infinito sou eu, sou eu, sou eu, sou eu

Lugar comum


Do tipo "Joely, am I ugly?" de Brilho Eterno ou "Grandpa, am I pretty?" da Miss Sunshine ou "Você me amou?" e "Ele gozou na sua boca?", os dois últimos de Closer. Lugar comum porque sempre o visito, lugar comum porque quem é que nunca passa por isso?
Acho que o melhor espelho da gente são os outros, e o que a gente faz, faz pelos outros. Não, não estou falando de altruísmo, não conheço isso, mas a verdade é que a gente sempre quer o querer dos outros, o amor dos outros, sempre faz-se necessário conhecer-se a si pelo querer dos outros. Só posso saber o quão boa, bela e querida eu sou pelo quanto sou desejada e admirada pelos outros. E isso não se refere a mim, mas a todos. Quem acha que se conhece apenas meditando sobre si, engana-se. Seus conceitos vêm de quem?
É insegurança, medo. Aliás, disso me lembro na minha monografia. É medo, né? Cria religiões, ciências e poesia. É medo, assunto de matéria jornalística da minha amiga pra esse mês, é medo, meu companheiro nesses ultimos, 5, 6, 7, sei lá quantos meses. Medo, taí... acho que vou me concentrar nisso daqui pra frente.

You said "so go" with such a desdem, you know?

- Maybe I should go... got to catch my ride.
- So go.
- I did.
- You were scared?
- Yeah, I thought you knew that about me. I ran back to the bunfire trying to turn out my humilliation, i think.
- Was it something i said?
- Yeah, you said "so go" with such a desdem, you know?
- Ooooh... I'm sorry.
- That's ok.
- What if you stay this time?
- There's no memory left.
- Bye, Joel.
- I Love You.

Eu não sei se prefiro escrever o que se passa na minha cabeça por causa dessa cena, ou se prefiro deixar a cena por si.

Me dê de presente o teu bis, pede pra ficar mais um pouco, só mais um momento, mais um pouco de conversa, o dia ainda não vai amanhecer. O dia ja amanheceu, fica mais, a carona não vai adiantar, o avião não vai partir. O avião já partiu, perdeu, fica mais.

E mais uma vez, como seria tivesse sido diferente? Como seria se a decisão fosse outra? Mais uma coisa que muda uma história.

There's no memory left, não há mais nada o que se fazer.
Volta voando, antes que eu saia pela tangente no giro do carrossel.








Ponteiros parados

E o outro dia chegou. Hoje a frase acaba tarde, mas hoje ainda é ontem e tenho tempo. Sempre tive. Bastante tempo pra jogar fora, pra perder, pra disperdiçar.
Hoje é depois de amanhã, hoje é o dia em que convocam minhas qualidades reais de inteligente lido e prático. Hoje é depois de amanhã.
Nunca entendi esse quadro do Dali e no dia que entendi, me esqueci o que era hoje. Me lembrei, mas ainda prefiro não entender, prefiro esquecer o que entendi. No mais, posso dizer que esse quadro era a capa de uma agendinha telefônica da minha avó quando eu era criança. Devia ter uns 5 anos e ficava olhando intrigada para aquilo. Pop arte distorcendo meu incosciente infantil.

Segura no requebrado. Eu não sei porque eu insisto em me identificar com tudo quonté tipo de filme que eu assisto. Heis aí mais um que eu acho que tem tudo a ver. Soluções rápidas, pensar rápido, esse filme me lembra do quanto é necessário ter requebrado nessa vida. E como se não bastasse a fudeção que já ta a coisa, no meio de tudo resolvem desvelar o segredo da tua vida e mesmo assim, você não pode parar. E os acasos, sempre os acasos, o segundo que define toda uma história. Eu sei bem como é sentir que se fosse um segundo a mais ou a menos, as coisas seriam bem diferentes e no meu caso, fico feliz em perceber que esses segundos sempre fazem a diferença pro bem. Pelo menos nos ultimos tempos.

Fast cash, crazy fate e true love. True love. O que a gente faz por amor? E o que é amor de verdade? Eu não sei, mas sei que faria coisas absurdas, caso necessário, por amar alguém. Eu disse absurdas.

Hora de acordar, o poeta voltou... menos habilidoso, menos intenso, mas voltou. Ou como diria Frejat "o poeta não morreu, foi ao inferno e voltou, conheceu os Jardins do Éden e nos contou". Temporada de isolamento no inferno, pra voltar melhor e mais forte. Ok!

terça-feira, julho 15, 2008


quando a frase acaba tarde, tudo fica pr'outro dia