segunda-feira, abril 26, 2010

Tim Burton - Minha Fada Madrinha



Eu nunca li o livro de Alice no País das Maravilhas, mas sempre gostei da estoria. A principio me empolgava com a quantidade de coisas absurdas na narrativa e com o vestidinho azul de Alice, inocente, perdida e envolvida naquele mundo de situações bizarras. Adorava o nonsense das conversas na mesa de chá na casa do Chapeleiro - hoje é seu desaniversário - e os animais fofinhos que no País das Maravilhas são igualmente insanos e divertidos! Nunca entendi, simbolicamente, por que o maldito e risonho gato sempre sumia na hora que Alice precisava dele, ou por que o Coelho estava sempre com pressa. É tarde, é tarde, é tarde até que arde.

Ontem assisti ao 3D do Tim Burton, não tão no grau quanto eu programei estar, afinal 3D merece embreaguês - comecei a beber no almoço, parei às 21h20, 20 mins. antes do filme, sem muito resultado - e os efeitos 3D não foram tão diferentes quanto eu imaginei, mas a narrativa do Tim Burton foi ótima, uma releitura do conto, que me fez pensar numa análise e entender porque gosto de Alice. Eu não sei se eu gosto de filmes facilmente ou se assisto aos filmes certos, mas Alice já é um dos meus queridinhos.



Sempre imagino 6 coisas impossíveis no café da manhã

1 – Alice, a rebelde visionária - Inserida num contexto de aristocracia, casamentos, quadrilhas de salão e status, apenas Alice vê o mundo encantado e nele mergulha. De cara Alice já se mostra rebelde, pois não usa espartilhos e meias. Ui!;

2 - Alice cresceu, assim como você, mocinha, que assistiu ao animado da Disney quando criança e agora vai ao cinema ver o de Tim Burton. Aos 19, ela é a guerreira aguardada no País das Maravilhas para salvá-lo. Salvá-lo implica matar uma criatura monstruosa. Mas Alice nunca matou nada, nem ninguém. É preciso perder a inocência, Alice! Crescer tem dessas coisas!

3 - Alice foi pedida em casamento por um lord, filho do sócio de seu pai, rapaz polido ao ponto da neurose; e rico, mas o príncipe encantando de Alice é o Chapeleiro Maluco e revolucionário, que se empenha de maneira apaixonada, insana e inteligente, em depor o governo tirano da . E eu, garotinha romântica e rebelde, que nunca foi adepta dos clássicos contos de fadas e seus príncipes perfeitos, adorei especialmente essa parte. Príncipe encantado maluco e revolucionário, representado pelo Johnny Depp...!!!! O Tim Burton sabe representar um conto de fadas melhor do que ninguém!

4 - Alice encolhe, Alice cresce, Alice encolhe de novo e fica mais uma vez gigante. Lá pelas tantas o Chapeleiro pergunta a ela "Por que você está sempre grande demais ou pequena demais?". E com o tom de romantismo dessa frase, meu coração se enche de emoção.

5 – O gato – finalmente entendi qual é a do Risonho. Todos sabem que contos de fadas são representações simbólicas de situações da vida e o Risonho, pra mim, representa a vida ou a fé. Quando você está confuso, sem saber que rumo tomar e precisa que a vida ou uma força invisível e superior lhe dê respostas, as respostas somem. É tipo a representação da grande sacanagem de Deus ou do Universo com você. Em compensação, ele surge pra ajudar quando você menos espera. Com aquele sorriso gigante e fala suave, o gato é a grande ironia da vida, que parece rir de você a toda hora e não estar nem aí ao mesmo tempo. O gato é foda!

6 – Alice cumpre seu destino, salva o País das Maravilhas e perde a inocência. De volta ao mundo real e deixando o Chapeleiro Maluco para trás (o que deixou meu coração partido), Alice retorna ao ponto de onde iniciou, declina do pedido de casamento do lord e propõe expansão de negócios para o sócio de seu pai, que já é morto. Alice embarca em um navio rumo à grandes conquistas que sua visão é capaz de lhe levar.

Um belo clássico de contos de fada moderno – heroína perde a inocência, gosta de malucos, pois todas as boas pessoas são malucas, o príncipe encantado só poderia ser um maluco e ao final da estória a mocinha abandona os dois possíveis príncipes e vai seguir sozinha as suas aventuras de mulher guerreira.

Tim Burton realmente sabe das coisas e soube muito bem fazer a releitura desse clássico psicodélico dos contos infantis. Estória, pra você, mocinha moderna e romântica, que cresceu se encantando por algum motivo inconsciente com os personagens de Alice, não botar nenhum defeito. Se você falar mal, eu vou fazer como a Rainha Vermelha: OFF WITH HIS HEAD!

2 Comments:

Blogger Felipo Lovatto said...

EU APESAR DE UM GAROTO ENTENDO EM PARTE A LUTA DE ALICE, QUE NÃO PASSA DA DIFÍCIL LUTA QUE É CRESCER E MOSTRAR QUE É CAPAZ PERANTE VC E O MUNDO, EU SÓ NÃO ENTENDI DIREITO O QUE VC DISSE NO ITEM 4, ONTEM TIVE UM SONHO ESTRANHO, ARQUITETURA DESCONSTRUÍDA, MEU CHEFE ANDANDO DE MOTO, E BEATRIX KIDDO APARECENDO NO FINAL VENDENDO APARTAMENTOS, EU ACHO QUE POSSO ESTAR FICANDO LOUCO, OU SIMPLESMENTE PERDENDO O CONTROLE. A VIDA É DA ESCOLHA QUE FIZEMOS NAS OPORTUNIDADES QUE SE TEM, E POR VEZES NAS OBRIGAÇÕES QUE SE TEM, A VIDA É SAFADA IGUAL AO GATO, BOA ANALOGIA.
TE AMO BEIJOS.

quarta-feira, maio 05, 2010 1:30:00 AM  
Blogger tatinha said...

Beatrix Kiddo é vingança, vendendo apartamento me lembra a minha história e seu chefe andando de moto, sei lá... seu chefe é legal!

Agora pare de escrever em caps, ok! Obrigada!

segunda-feira, maio 10, 2010 10:54:00 AM  

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